quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Grupo da mama

Participei de um grupo de mulheres organizado por um centro mantido pela prefeitura de Copenhague para dar assistência a pacientes de câncer. O grupo, que começou com sete mulheres e terminou com cinco, todas recebendo tratamento contra câncer de mama, se reuniu uma vez por semana durante quase dois meses mês e o tema dos encontros era um só: a vida com câncer.

Aceitei participar do grupo porque achei que seria uma boa alternativa a procurar um psicólogo. Foi uma decisão acertada. Foi bom conversar com outras pessoas na mesma situação, sofrendo dificuldades muito parecidas com as que tenho enfrentado. Foi também uma forma de aliviar o lado do marido – coitado – que, embora nunca reclame, deve estar se cansando da ladainha de uma paciente de câncer, que todo dia tem algo do que reclamar.

O que ouvi das participantes do grupo é confidencial, naturalmente, mas posso dizer que todas nós compartilhamos quase as mesmas angústias, temores e preocupações.

No último encontro me senti esvaziada. Usei bem a oportunidade para falar quase tudo o que queria e quando as reuniões acabaram acho que não tinha mais nada a falar, pelo menos não àquele grupo. Foi uma sensação curiosa e boa.