segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

45

Um dia desses completei 45 anos. 45? Será que entendi certo? Será isso mesmo? 45?

Acho que vou conferir minha certidão de nascimento. Está guardada em algum lugar. Quem sabe descubro que na verdade nasci uns aninhos mais tarde.

Mas se eu for mais nova do que acho que sou, a situação se complica por outro lado. Aí estarei bem derrubadinha para os meus, vamos dizer, 35.

O melhor é desistir de conferir a certidão de nascimento e me conformar com talvez ter vivido mais da metade da minha vida.

Anos atrás, antes de chegar aos 40, decidi que meu alvo seria viver até pelo menos os 80. Decretei que para mim, viver 80 anos seria de bom tamanho. O que viesse depois seria lucro. Isso quer dizer que já passei da metade da minha vida mínima.

Mas depois da morte do meu pai, aos 66 anos, e da descoberta do câncer de mama, repensei mas mantive meu decreto. Continuo almejando os 80, no mínimo, mas evito as estatísticas que dizem que pessoas que já foram atingidas pelo câncer tendem a viver menos. Um dos motivos é que quem já teve câncer uma vez tem maiores chances de sofrer da mesma doença uma segunda vez.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Pérolas da polícia dinamarquesa

Um dia desses, no final de uma demonstração contra o ataque israelense a Gaza, um policial ordenou que um dos manifestantes de origem palestina e sentasse. ”Você se senta agora ou eu faco você sentar. Você entendeu, perker (ou perle)”? Entendeu?”

”Perker” é uma gíria dinamarquesa resultado da juncão das palavras perser (persa) com tyrker (turco) e tem sentido extreamente depreciativo. É usada por muitos dinamarqueses para se referir negativamente a imigrantes do Oriente Médio e países de maioria muçulmana.

Para azar do policial, a cena foi gravada e depois mostrada pela imprensa dinamarquesa e em diversos sites (http://www.dr.dk/Nyheder/Indland/2009/01/22/155818.htm )
A história talvez não desse tanto pano para manga se a diretora da Polícia de Copenhague Hanne Bech Hansen não saísse em defesa do policial dizendo que o que talvez ele tenha dito fosse ”perle” (pérola), ao invés de ”perker”. Segundo ela, pérola é um jargão policial sem sentido pejorativo.

Depois da interferência infeliz da diretora da polícia, o caso virou piada nacional. Um especialista foi chamado para opinar e disse que mais provavelmente o policial disse mesmo ”perker”. Facebook tem agora diversos grupos que ironizam ou protestam contra a atitude discriminatória da policia - o maior deles sob o nome ”Eu também sou uma pérola” com mais de 33 mil membros per 9 de fevereiro. Também já é possível comprar uma camiseta azul e branca, as cores da polícia local, com a palavra ”perle”.

A provável atitude racista do policial não chega a me surpreender, mas a capacidade da direção da polícia se expor ao ridículo é de cair o queixo.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Entre a cruz e a caldeirinha

Na minha luta contra as noites insones, na semana passada fiquei entre a cruz e caldeirinha. Duas ou três noites depois de começar a tomar Catapresan para tentar controlar as ondas de calor, achei que o tal remédio estava fazendo efeito. A frequência das ondas de calor não diminuiu mas elas ficaram menos intensas.

Infelizmente, as noites insones continuaram porque, embora as ondas de calor tenha incomodado um pouco menos, a insônia aumentou. Conferi novamente a bula do remédio e lá encontrei o que já esperava: insônia na lista de possíveis efeitos colaterais. Esperei mais alguns dias e como as noites mal dormidas continuaram, desisti do tal remédio.

Agora estou de volta às intensas ondas de calor que, felizmente, não me impediram de dormir relativamente bem nas últimas três noites, talvez como efeito da presença calmante da visita de uma de minhas irmãs.