quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Pérolas da polícia dinamarquesa

Um dia desses, no final de uma demonstração contra o ataque israelense a Gaza, um policial ordenou que um dos manifestantes de origem palestina e sentasse. ”Você se senta agora ou eu faco você sentar. Você entendeu, perker (ou perle)”? Entendeu?”

”Perker” é uma gíria dinamarquesa resultado da juncão das palavras perser (persa) com tyrker (turco) e tem sentido extreamente depreciativo. É usada por muitos dinamarqueses para se referir negativamente a imigrantes do Oriente Médio e países de maioria muçulmana.

Para azar do policial, a cena foi gravada e depois mostrada pela imprensa dinamarquesa e em diversos sites (http://www.dr.dk/Nyheder/Indland/2009/01/22/155818.htm )
A história talvez não desse tanto pano para manga se a diretora da Polícia de Copenhague Hanne Bech Hansen não saísse em defesa do policial dizendo que o que talvez ele tenha dito fosse ”perle” (pérola), ao invés de ”perker”. Segundo ela, pérola é um jargão policial sem sentido pejorativo.

Depois da interferência infeliz da diretora da polícia, o caso virou piada nacional. Um especialista foi chamado para opinar e disse que mais provavelmente o policial disse mesmo ”perker”. Facebook tem agora diversos grupos que ironizam ou protestam contra a atitude discriminatória da policia - o maior deles sob o nome ”Eu também sou uma pérola” com mais de 33 mil membros per 9 de fevereiro. Também já é possível comprar uma camiseta azul e branca, as cores da polícia local, com a palavra ”perle”.

A provável atitude racista do policial não chega a me surpreender, mas a capacidade da direção da polícia se expor ao ridículo é de cair o queixo.

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