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terça-feira, 3 de março de 2009

45, a missão

Na semana passada, no meu trabalho, houve um almoço para comemorar o aniversário de uma colega que completou 60 anos. Aqui na Dinamarca é hábito se comemorar o aniversário de funcionários que completam “anos redondos”, ou seja, anos às dezenas (30, 40, 50 etc). Lá pelas tantas, no discurso de agradecimento, essa colega disse que não se importava em estar ficando velha. Pensei com meus botões: será que quando eu chegar aos 60 também vou deixar de me importar com o envelhecimento? No fundo fiquei com uma ponta de dúvida: sera que aquela amiga estava dizendo a verdade?

Seria legal envelhecer com serenidade, como ouço algumas pessoas dizerem que conseguem fazer mas duvido um pouco da minha “elevação espiritual” para isso. Não que eu pense em sair por aí pagando para me esticarem aqui e acolá e lavantarem aquilo outro. Meu medo do envelhecimento não chega a ser maior do que meu medo do ridículo. Mas a perspectiva de ficar e parecer mais velha, ficar mais lenta, fraca e menos disposta e todas as coisas ruins que associamos com o avançar dos anos me incomoda.

O que mais me assusta não é o envelhecimento físico, mas o mental. Pensar que com o correr dos anos terei mais dificuldade de aprender coisas novas e que a memória pode falhar me deixa quase irritada.

Para nadar contra a corrente, invento coisas que, dizem, ajudam a manter a mente sã. Escrever é uma delas.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

45

Um dia desses completei 45 anos. 45? Será que entendi certo? Será isso mesmo? 45?

Acho que vou conferir minha certidão de nascimento. Está guardada em algum lugar. Quem sabe descubro que na verdade nasci uns aninhos mais tarde.

Mas se eu for mais nova do que acho que sou, a situação se complica por outro lado. Aí estarei bem derrubadinha para os meus, vamos dizer, 35.

O melhor é desistir de conferir a certidão de nascimento e me conformar com talvez ter vivido mais da metade da minha vida.

Anos atrás, antes de chegar aos 40, decidi que meu alvo seria viver até pelo menos os 80. Decretei que para mim, viver 80 anos seria de bom tamanho. O que viesse depois seria lucro. Isso quer dizer que já passei da metade da minha vida mínima.

Mas depois da morte do meu pai, aos 66 anos, e da descoberta do câncer de mama, repensei mas mantive meu decreto. Continuo almejando os 80, no mínimo, mas evito as estatísticas que dizem que pessoas que já foram atingidas pelo câncer tendem a viver menos. Um dos motivos é que quem já teve câncer uma vez tem maiores chances de sofrer da mesma doença uma segunda vez.