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terça-feira, 4 de setembro de 2012
Ilhada no trânsito
Adoro andar pelas cidades onde moro ou que visito, mas o caos do trânsito de Campos de Goytacazes está quase me fazendo abandonar esse hábito. Para uma cidade com menos de 500 mil habitantes, Campos tem um trânsito que é caótico demais, onde os pedestres que não querem arriscar a vida frequentemente se vêm ilhados… [Leia mais…]
Tapa na cara
Reaprender a viver em seu próprio país envolve reaprender a conviver com suas dores e mazelas. Enquanto morava na Dinamarca, as férias no Brasil sempre foram motivo de alegria por estar de volta à terra da língua com que quase sempre consigo dizer o que penso e da cultura que me alegra e faz ser… [Leia mais…]
sexta-feira, 20 de julho de 2012
"Borboleta na barriga"
O anúncio do meu retorno ao Brasil deixou alguns dos meus parentes preocupados. Para eles, depois de viver 14 anos num dos países colocados no topo dos rankings de desenvolvimento, me readaptar à terrinha pode ser uma tarefa dolorosa. Me falaram de reportagens sobre brasileiros atingidos por crises de depressão causadas pelo encontro com a realidade de viver no Brasil depois de anos no exterior.
Leia mais no http://margarethmarmori.wordpress.com/2012/07/20/borboleta-na-barriga/
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quarta-feira, 18 de julho de 2012
De volta
O subtítulo deste blog precisa mudar logo. Pelo menos por enquanto não sou mais “uma brasileira na Dinamarca”. Estou de volta ao meu país e, se os planos se concretizarem, ficarei por aqui pelos próximos dois anos.
Leia mais no margarethmarmori.wordpress.com/de-volta-2/
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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
“O Brasil é mesmo um mundo lento, onde as pessoas se preocupam mais com futebol e em curtir a vida”
O título desta postagem é minha tradução livre de um trecho de artigo publicado semanas atrás (página 6, caderno “Viden”, edição de domingo, 20.11.2011) na seção de educação de um dos principais jornais dinamarqueses, o Politiken, e que foi escrito por uma estudante de jornalismo dinamarquesa, Maj Thinggaard. O artigo, escrito na forma de diário, cobre uma semana da vida da estudante de 22 anos de idade que frequentou um semestre do curso de jornalismo na Universidade Federal de Juiz de Fora.
Leia mais no "O Brasil-e-mesmo-um-mundo-lento-onde-as-pessoas-se-preocupam-mais-com-futebol-e-em-curtir-a-vida/"
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quinta-feira, 24 de março de 2011
Desviando o olhar
No segundo dia útil depois de minha volta das férias no Brasil tive de enfrentar uma fila quilométrica, para o padrão dinamarquês, diga-se de passagem, no maior hospital da Dinamarca. Cheguei ao hospital para fazer um electrocardiograma achando que, como de costume, teria de enfrentar uma fila com duas ou três pessoas, seria atendida no máximo meia hora depois e teria tempo de sobra para tomar um cafezinho antes de fazer um outro exame marcado para mais ou menos uma hora depois da minha chegada.
Leia mais no http://blogadona.wordpress.com/2011/03/25/desviando-os-olhos/
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terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Silêncio
Estava eu novamente pronta para escrever reclamando do inverno e do acúmulo de neve que poucos dias atrás causava distúrbios no transporte e complicava a rotina aqui em Copenhague, quando as a tragédia causadas pelas chuvas no Rio me emudeceram.
Não consegui deixar de pensar nos gritos da menina de sete anos tragicamente silenciados pela lama que invadiu o quarto onde ela estava presa. Ou no choro dos pais que perderam seus filhos.
Qualquer palavra parece sem sentido e fútil diante de tanta dor, morte e perda.
Não consegui deixar de pensar nos gritos da menina de sete anos tragicamente silenciados pela lama que invadiu o quarto onde ela estava presa. Ou no choro dos pais que perderam seus filhos.
Qualquer palavra parece sem sentido e fútil diante de tanta dor, morte e perda.
sábado, 30 de outubro de 2010
Pequena homenagem
Vou votar na Dilma nas eleições no domingo. Tenho muitos motivos para fazê-lo, mas um deles é também a lembrança das minhas avós, que criaram seus filhos praticamente sozinhas. Minhas avós eram mulheres fortes, trabalhadoras, honestíssimas e pobres de marré deci. Às vezes fico pensando em como a vida delas teria sido menos dura se elas tivessem tido acesso a algum tipo de apoio para, por exemplo, manter os filhos na escola.
Não estão dizendo que quem vota na Dilma é pobre? Portanto vou me manter fiel à minha ascendência social e homenagear minhas saudosas avós com meu voto.
Não estão dizendo que quem vota na Dilma é pobre? Portanto vou me manter fiel à minha ascendência social e homenagear minhas saudosas avós com meu voto.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Pulando do muro
Há vários dias estou me coçando para escrever sobre as eleições no Brasil, mas a correria no trabalho e um computador pifado têm me impedido de discorrer sobre minhas impressões. No final das contas, há tanta gente escrevendo sobre o assunto que até perdi a graça. Não há muito mais o que dizer depois do artigo “Dois pesos” da Maria Rita Kehl.
Depois veio o artigo do Jorge Furtado "Dez falsos motivos para não votar na Dilma”, publicado em julho, mas que só vi na semana passada.
Por conta do trabalho, entrevistei uma brasileira que, durante a ditadura, assim como a Dilma Roussef, por conta de sua militância, foi presa e torturada. O relato quase me emocionou muito e me fez pensar na injustica que se faz a pessoas como elas que tiveram a coragem de reagir e resistir à ditadura militar. Me peguei pensando se, numa situação semelhante, eu teria a mesma coragem que elas tiveram.
Aí não deu mais para ficar em cima do muro vendo a banda passar e acabei acrescentando um twibbon no meu facebook. E Aí não deu mais para marinar em cima do muro e acabei acrescentando um twibon no meu facebook. E, para fechar com chave de ouro, uma ilustracão que achei no http://josecarloslima4.blogspot.com/2010/08/viral-dilma-pop.html e do http://faltandoteclas.wordpress.com/2010/08/15/campanha-dilma-cortesia-revista-epoca/
Depois veio o artigo do Jorge Furtado "Dez falsos motivos para não votar na Dilma”, publicado em julho, mas que só vi na semana passada.
Por conta do trabalho, entrevistei uma brasileira que, durante a ditadura, assim como a Dilma Roussef, por conta de sua militância, foi presa e torturada. O relato quase me emocionou muito e me fez pensar na injustica que se faz a pessoas como elas que tiveram a coragem de reagir e resistir à ditadura militar. Me peguei pensando se, numa situação semelhante, eu teria a mesma coragem que elas tiveram.
Aí não deu mais para ficar em cima do muro vendo a banda passar e acabei acrescentando um twibbon no meu facebook. E Aí não deu mais para marinar em cima do muro e acabei acrescentando um twibon no meu facebook. E, para fechar com chave de ouro, uma ilustracão que achei no http://josecarloslima4.blogspot.com/2010/08/viral-dilma-pop.html e do http://faltandoteclas.wordpress.com/2010/08/15/campanha-dilma-cortesia-revista-epoca/
sábado, 2 de outubro de 2010
Imprensa livre
Hoje um dos principais jornais da Dinamarca, o Politiken, traz reportagem de página inteira sobre as eleicões amanhã no Brasil. A reportagem é acompanhada de um artigo de opinião do editor internacional do jornal, Michael Jarlner que, entre outras coisas, diz que o Brasil é um exemplo de como se pode alcancar desenvolvimento econômico sem abrir mão da democracia. Ele compara a China, onde já controle rígido da oposicão, ao Brasil, onde há livre debate.
Leia mais no http://blogadona.wordpress.com/2010/10/02/imprensa-livre/
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quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Pequenas gentilezas
Anos atrás ouvi de um colega europeu, cuja nacionalidade nem me lembro mais, uma opinião pouco lisonjeira sobre nós brasileiros. As palavras usadas ficaram perdidas no tempo, mas o significado do comentário foi mais ou menos esse:
”- Brasileiro cumprimenta festivamente todo mundo, sai convidando quem encontra pelo caminho para jantar mas depois some e nunca mais aparece. Se um brasileiro diz que é seu amigo do peito, o melhor é não levar muito a sério.
Leia mais: https://blogadona.wordpress.com/2010/09/16/pequenas-gentilezas/
”- Brasileiro cumprimenta festivamente todo mundo, sai convidando quem encontra pelo caminho para jantar mas depois some e nunca mais aparece. Se um brasileiro diz que é seu amigo do peito, o melhor é não levar muito a sério.
Leia mais: https://blogadona.wordpress.com/2010/09/16/pequenas-gentilezas/
domingo, 22 de agosto de 2010
Descoberta no quintal

Então, na verdade, o que temos no jardim é a tal da “solbær” e, como meu vocabulário de frutas em dinamarquês não é dos mais ricos, lá fui eu ao Google translate e depois ao Aurélio para conferir o que significa “solbær” em português. E aí veio a surpresa. “Solbær” é a velha, conhecida e familiar groselha. Descobrir que “solbær” é groselha me deu uma alegria de criança porque me remeteu aos meus tempos de menina quando groselha era o nome de uma fruta exótica, de um país distante, provavelmente de clima frio, da qual se fazia um xarope avermelhado usado para preparar refrescos deliciosos que meus pais sempre compravam para alegrar nossas tardes de domingo.
Eu adorava aqueles refrescos, embora desconfie que pouco ou nada tinham da fruta groselha e que provavelmente eram o resultado de uma mistura de açúcar e corantes artificiais. Corantes, aliás, que davam ao refresco aquela cor maravilhosa, um vermelho roseado que tingia nossas línguas. Deliciosos também eram os picolés de groselha que praticamente batiam à nossa porta trazidos pelos vendedores ambulantes.
Já há anos que de vez em quando bebo refresco de “solbær” aqui na Dinamarca sem saber que na verdade eu estava mesmo era saboreando refresco de groselha. Agora, depois de feita a tradução, posso comemorar a sorte de ter duas groselheiras no quintal.
P.S.: Passeando pela internet, descobri que o Ivan Lessa também é fã da groselha
terça-feira, 6 de abril de 2010
Chuvas de abril
Tem chegado aos jornais e canais de TV daqui as terríveis consequências das chuvas que estão atingindo o Rio. Um exemplo: http://www.berlingske.dk/verden/styrtregn-koster-77-livet-i-brasilien
sábado, 13 de março de 2010
Glauco
Nossa, mataram o Glauce e o filho dele! Que tristeza! Que absurdo!
Fiquei chocada e triste.
Parece até que era alguém que eu conhecia de perto. Talvez conhecesse mesmo, só que através dos seus personagens da pá virada. O Geraldão era quase como se fosse um primo doidão.
Emocionante ver as homenagens ao Glauco no www.universohq.blogspot.com
Que perda!
Fiquei chocada e triste.
Parece até que era alguém que eu conhecia de perto. Talvez conhecesse mesmo, só que através dos seus personagens da pá virada. O Geraldão era quase como se fosse um primo doidão.
Emocionante ver as homenagens ao Glauco no www.universohq.blogspot.com
Que perda!
sábado, 6 de março de 2010
TV dinamarquesa: Brasil – a nova potência mundial
Interessante ver como a imagem do Brasil mudou por estas bandas. Esta semana o canal de televisão DR2, que com seus bons documentários e programas jornalísticos na minha opinião é o melhor canal aberto da Dinamarca, dedicou uma série de reportagens ao Brasil no programa DR2 Udland (DR2 Exterior), transmitido de segunda a sexta-feira. O nome da série diz muito sobre como os dinamarqueses estão começando a ver nosso país: Brasil – a nova potência mundial (Brasilien – verdens nye stormagt).
As reportagens trataram de várias questões como a boa fase da economia brasileira, as ambições brasileiras no cenário diplomático e militar internacional, sucessão do Lula, racismo e desigualdade social. Tudo de uma maneira bem superficial, embora eu não ache que tenham dito nada errado, mesmo que eu não concorde muito com algumas das opiniões emitidas.
De qualquer maneira, já não era sem tempo. Adoro samba, futebol e sou defensora ardorosa das florestas brasileiras, mas já estava cansada de sempre ouvir falarem do meu país como se lá os homens não fizessem outra coisa a não ser jogar futebol e as mulheres andassem o ano inteiro trajando fio dental e dançando samba no meio da Floresta Amazônica, onde, claro, está fincada a estátua do Cristo Redentor. Claro que há muitos dinamarqueses extremamente bem informados sobre o que acontece ao sul da linha do Equador, mas também há muitos que só agora estão descobrindo que há mais do que samba, floresta e futebol no lugar de onde veio. Agora só precisam descobrir que falamos português e não “brasiliansk” nem espanhol.
As reportagens trataram de várias questões como a boa fase da economia brasileira, as ambições brasileiras no cenário diplomático e militar internacional, sucessão do Lula, racismo e desigualdade social. Tudo de uma maneira bem superficial, embora eu não ache que tenham dito nada errado, mesmo que eu não concorde muito com algumas das opiniões emitidas.
De qualquer maneira, já não era sem tempo. Adoro samba, futebol e sou defensora ardorosa das florestas brasileiras, mas já estava cansada de sempre ouvir falarem do meu país como se lá os homens não fizessem outra coisa a não ser jogar futebol e as mulheres andassem o ano inteiro trajando fio dental e dançando samba no meio da Floresta Amazônica, onde, claro, está fincada a estátua do Cristo Redentor. Claro que há muitos dinamarqueses extremamente bem informados sobre o que acontece ao sul da linha do Equador, mas também há muitos que só agora estão descobrindo que há mais do que samba, floresta e futebol no lugar de onde veio. Agora só precisam descobrir que falamos português e não “brasiliansk” nem espanhol.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Intolerância europeia
Estava indo de carro buscar minha filha no jardim de infância quando ouvi no rádio a notícia de que um referendo havia proibido a construção de mesquitas com minaretes no território suíço. Fiquei chocada e quase apavorada.
Eu já havia ouvido falar do referendo, mas nem havia me passado pela cabeça que a proibição seria aprovada. Achei que os suíços fossem colocar a extrema direita do país em seu devido escorraçando uma proposta ridícula que não tem cabimento num país que se diz democrático.
Mas não: a proposta não soou ridícula aos ouvidos da população suíça e a intolerância europeia se fez mostrar mais uma vez. Aqui na Dinamarca, o maior partido de extrema direita, o Danske Folkeparti, se apressou a declarar que também vai defender um referendo semelhante. Todos os demais partidos, tanto de direita, centro e esquerda rechaçaram a ideia, embora alguns de forma pouco convincente.
Um representante do Venstre, o partido de centro direita do primeiro ministro Lars Løkke Rasmussen, disse, apenas que um referendo do tipo suíço não vai acontecer na Dinamarca porque o parlamento daqui (Folketinget) não legisla sobre regras para construção de prédios, o que caberia aos governos locais. Dessa maneira, ao invés de condenar qualquer iniciativa semelhante e defender enfaticamente a liberdade religiosa, o partido do governo daqui preferiu evitar polêmica com o Danske Folkeparti, que lhe dá maioria no parlamento e lhe garante a continuidade no poder.
Agora é torcer para que O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos derrube essa proibição ofensiva. Enquanto isso, dou o link de uma foto da Mesquita do Centro Islâmico do Brasil lá na minha Brasília, que não é nenhum paraíso, mas onde todos os santos e deuses são permitidos: http://www.iesb.br/moduloonline/imgs/mesquita.jpg
Eu já havia ouvido falar do referendo, mas nem havia me passado pela cabeça que a proibição seria aprovada. Achei que os suíços fossem colocar a extrema direita do país em seu devido escorraçando uma proposta ridícula que não tem cabimento num país que se diz democrático.
Mas não: a proposta não soou ridícula aos ouvidos da população suíça e a intolerância europeia se fez mostrar mais uma vez. Aqui na Dinamarca, o maior partido de extrema direita, o Danske Folkeparti, se apressou a declarar que também vai defender um referendo semelhante. Todos os demais partidos, tanto de direita, centro e esquerda rechaçaram a ideia, embora alguns de forma pouco convincente.
Um representante do Venstre, o partido de centro direita do primeiro ministro Lars Løkke Rasmussen, disse, apenas que um referendo do tipo suíço não vai acontecer na Dinamarca porque o parlamento daqui (Folketinget) não legisla sobre regras para construção de prédios, o que caberia aos governos locais. Dessa maneira, ao invés de condenar qualquer iniciativa semelhante e defender enfaticamente a liberdade religiosa, o partido do governo daqui preferiu evitar polêmica com o Danske Folkeparti, que lhe dá maioria no parlamento e lhe garante a continuidade no poder.
Agora é torcer para que O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos derrube essa proibição ofensiva. Enquanto isso, dou o link de uma foto da Mesquita do Centro Islâmico do Brasil lá na minha Brasília, que não é nenhum paraíso, mas onde todos os santos e deuses são permitidos: http://www.iesb.br/moduloonline/imgs/mesquita.jpg
domingo, 29 de novembro de 2009
Descoberta de São Paulo
A Dinamarca descobriu que São Paulo é uma das 10 melhores cidades do mundo para se visitar em 2009. Foi necessário que o Lonely Planet afirmasse isso para o jornal dinamarquês Politiken () ir atrás e publicar um artigo extremamente positivo sobre a cidade no caderno de turismo de hoje.
O problema é que a descoberta do jornal dinamarquês chegou com um ano de atraso. A lista do Lonely Planet foi divulgada em outubro de 2008 para o o anuário “Lonely Planet’s Best in Travel”, como registrado pela Época.
O problema é que a descoberta do jornal dinamarquês chegou com um ano de atraso. A lista do Lonely Planet foi divulgada em outubro de 2008 para o o anuário “Lonely Planet’s Best in Travel”, como registrado pela Época.
domingo, 15 de novembro de 2009
Fruta exótica
O jornal que mais leio aqui na Dinamarca, o Politiken, tem um caderno semanal chamado comida (“Mad”) onde há sempre um artigo dedicado a uma fruta exótica. Na mesma seção do jornal já aparecerem espécies estranhíssimas aos paladar e olhos dinamarqueses como a jaca e o tamarindo. A fruta desta semana era, adivinhem só queridos leitores brasileiros, a nossa muitíssimo exótica goiaba. O artigo ensina os dinamarqueses a escolher uma boa goiaba, que não deve ser comida quando ainda está muito verde nem quando está madura demais.
A matéria ensina também que se deve descascar uma goiaba antes de se comê-la. Não contive o riso ao ler o artigo. Me lembrei dos melhores dias da minha infância, passados trepada numa das dezenas de goiabeiras da chácara da minha avó. Lá meus primos, minha irmã e eu nunca pensaríamos em descascar uma goiaba. Nossa preocupação não era a casca da goiaba, mas sim os bichinhos que de vez em quando encontrávamos na polpa da fruta. Essa era aliás uma das razões pelas quais preferíamos as goiabas com polpa vermelha. Além de acharmos que eram mais gostosas, nelas era menos frequente encontrar os tais bichinhos.
O bom de trepar nas goiabeiras era que as árvores, embora nunca se tornassem muito grandes, tinham galhos que eram suficientemente fortes para aguentar nossas macaquices. Quando trepávamos numa mangueira, tínhamos de tomar cuidado para escolher os galhos mais antigos e fortes, mas isso não era um problema com as goiabeiras. Outra vantagem das goiabeiras era que nelas nunca encontrávamos uma lagartas horrorosas e enormes que de vez em quando achávamos nos abacateiros. Isso fazia das goiabeiras os alvos favoritos das nossas escaladas arbóreas. Era só trepar, achar uma goiaba madurinha e comê-la com o cuidado de conferir entre uma dentada e outra se não estávamos invadindo a moradia de uma larva da mosca-das-fruta.
Voltando à matéria sobre a goiaba, tive que vir morar na Dinamarca, aprender dinamarquês para aprender que a goiaba tem um tal de eugenol que lhe da o saber tão característico. A jornalista lista vários usos da goiaba, mas nem menciona a nossa querida goiabada. Me deu vontade de lhe escrever reclamando da gravíssima omissão, mas fiquei só na vontade.
A matéria ensina também que se deve descascar uma goiaba antes de se comê-la. Não contive o riso ao ler o artigo. Me lembrei dos melhores dias da minha infância, passados trepada numa das dezenas de goiabeiras da chácara da minha avó. Lá meus primos, minha irmã e eu nunca pensaríamos em descascar uma goiaba. Nossa preocupação não era a casca da goiaba, mas sim os bichinhos que de vez em quando encontrávamos na polpa da fruta. Essa era aliás uma das razões pelas quais preferíamos as goiabas com polpa vermelha. Além de acharmos que eram mais gostosas, nelas era menos frequente encontrar os tais bichinhos.
O bom de trepar nas goiabeiras era que as árvores, embora nunca se tornassem muito grandes, tinham galhos que eram suficientemente fortes para aguentar nossas macaquices. Quando trepávamos numa mangueira, tínhamos de tomar cuidado para escolher os galhos mais antigos e fortes, mas isso não era um problema com as goiabeiras. Outra vantagem das goiabeiras era que nelas nunca encontrávamos uma lagartas horrorosas e enormes que de vez em quando achávamos nos abacateiros. Isso fazia das goiabeiras os alvos favoritos das nossas escaladas arbóreas. Era só trepar, achar uma goiaba madurinha e comê-la com o cuidado de conferir entre uma dentada e outra se não estávamos invadindo a moradia de uma larva da mosca-das-fruta.
Voltando à matéria sobre a goiaba, tive que vir morar na Dinamarca, aprender dinamarquês para aprender que a goiaba tem um tal de eugenol que lhe da o saber tão característico. A jornalista lista vários usos da goiaba, mas nem menciona a nossa querida goiabada. Me deu vontade de lhe escrever reclamando da gravíssima omissão, mas fiquei só na vontade.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Diferenças sutis
Duas festas às quais fui convidada semanas atrás me deram um exemplo curioso das diferenças entre nós, brasileiros, e eles, dinamarqueses. Amigos dinamarqueses do meu marido nos convidaram para uma festa de despedida do verão de 2009. O convite enviado por e-mail dizia que o tema da festa era o verão e daí concluímos que deveríamos nos vestir a carácter. Eu não esperava muito daquela festa porque já me decepcionei muito com eventos do tipo promovidos por dinamarqueses. Depois de anos Minha conclusão é que, em matéria de festa, dinamarquês é subdesenvolvido, tadinho.
Aqui é preciso esclarecer. Quando escrevo festa, me refiro a música animada, povo alegre e barulhento, muita dança, porque adoro dançar, alguma bebida e, se possível, comida gostosa, mesmo que sejam só tira-gostos. Essa combinação, dinamarquês raramente entrega.
Ainda assim resolvi me vestir a caráter buscando inspiração no Brasil, onde, afinal, é verão quase o ano inteiro. Tirei do fundo do armário um vestidão amarelo ouro, bem daquele amarelo da nossa bandeira, e me enfeitei com maquiagem e bijuterias bem coloridas. O pior, ou melhor, minha salvação, é que encorajei meu marido a se vestir com uma camisa azul piscina que ele comprou em Salvador. Pois é, juntos parecíamos um uniforme da Seleção Brasileira.
Chegamos à casa da festa e a primeira coisa que percebi foi que estava sendo vítima de uma situação clássica, já vivida por muita gente antes de nós. Todos os convidados presentes, e quando eu escrevo todos quero mesmo dizer todos, estavam vestidos elegantemente com roupas escuras último modelito outono-inverno 2009. Até mesmo o casal dono da festa nos apunhalou pelas costas. A dona circulava alegremente num vestido preto e o marido a acompanhava em calças pretas e uma camisa clara de mangas longas. Nem precisa dizer que nossos trajes reforçaram a sensação que sempre tenho em festas dinamarquesas: a de um peixinho fora d'água. A festa foi mais ou menos o que se podia esperar. Comida gostosa, pouquíssima gente dançando e muita, muita bebida.
Como Deus nem sempre é padrasto, fomos convidados por duas amigas brasileiras, uma paulistana e a outra carioca, para uma festa comum de aniversário que aconteceria três semanas depois da mancada azul e amarela. Nessa festa também havia um tema: “A festa mais louca de todas” (minha tradução). Para meu azar, o dia da festa caiu no mesmo dia em que meu marido convidou a família dele para um jantar para comemorar o aniversário dele. Não dava mais para desmarcar o jantar mas fiquei matutando que, como festa de brasileiro começa tarde e jantar de dinamarquês termina cedo, eu ainda tinha uma chance de poder dar um pulinho na festa.
Dito e feito: meu marido e eu chegamos bem tarde à festa, mas ainda assim deu para curtir a diferença. Na festa das brasileiras, pirata, africana, super homem, egípcia, chinesa, japonesa, cowboy, árabe, passistas e destaques de escola de samba, índios, dançarinas, Sherezade, mulher gato e outras figuras dançavam ensandecidamente, bebiam um bocado e se divertiam adoidado.
Eu estava exausta, depois de passar o dia preparando o jantar para quinze pessoas da família do meu marido, mas o pique da festa era contagiante e nos juntamos à catarse coletiva dançando o mais que pudemos. Voltamos para casa no fim da madrugada fria, de bicicleta porque aqui ninguém, ou quase ninguém, dirige depois de beber. Eu estava a-ca-ba-da, mas a alma, lavada.
Aqui é preciso esclarecer. Quando escrevo festa, me refiro a música animada, povo alegre e barulhento, muita dança, porque adoro dançar, alguma bebida e, se possível, comida gostosa, mesmo que sejam só tira-gostos. Essa combinação, dinamarquês raramente entrega.
Ainda assim resolvi me vestir a caráter buscando inspiração no Brasil, onde, afinal, é verão quase o ano inteiro. Tirei do fundo do armário um vestidão amarelo ouro, bem daquele amarelo da nossa bandeira, e me enfeitei com maquiagem e bijuterias bem coloridas. O pior, ou melhor, minha salvação, é que encorajei meu marido a se vestir com uma camisa azul piscina que ele comprou em Salvador. Pois é, juntos parecíamos um uniforme da Seleção Brasileira.
Chegamos à casa da festa e a primeira coisa que percebi foi que estava sendo vítima de uma situação clássica, já vivida por muita gente antes de nós. Todos os convidados presentes, e quando eu escrevo todos quero mesmo dizer todos, estavam vestidos elegantemente com roupas escuras último modelito outono-inverno 2009. Até mesmo o casal dono da festa nos apunhalou pelas costas. A dona circulava alegremente num vestido preto e o marido a acompanhava em calças pretas e uma camisa clara de mangas longas. Nem precisa dizer que nossos trajes reforçaram a sensação que sempre tenho em festas dinamarquesas: a de um peixinho fora d'água. A festa foi mais ou menos o que se podia esperar. Comida gostosa, pouquíssima gente dançando e muita, muita bebida.
Como Deus nem sempre é padrasto, fomos convidados por duas amigas brasileiras, uma paulistana e a outra carioca, para uma festa comum de aniversário que aconteceria três semanas depois da mancada azul e amarela. Nessa festa também havia um tema: “A festa mais louca de todas” (minha tradução). Para meu azar, o dia da festa caiu no mesmo dia em que meu marido convidou a família dele para um jantar para comemorar o aniversário dele. Não dava mais para desmarcar o jantar mas fiquei matutando que, como festa de brasileiro começa tarde e jantar de dinamarquês termina cedo, eu ainda tinha uma chance de poder dar um pulinho na festa.
Dito e feito: meu marido e eu chegamos bem tarde à festa, mas ainda assim deu para curtir a diferença. Na festa das brasileiras, pirata, africana, super homem, egípcia, chinesa, japonesa, cowboy, árabe, passistas e destaques de escola de samba, índios, dançarinas, Sherezade, mulher gato e outras figuras dançavam ensandecidamente, bebiam um bocado e se divertiam adoidado.
Eu estava exausta, depois de passar o dia preparando o jantar para quinze pessoas da família do meu marido, mas o pique da festa era contagiante e nos juntamos à catarse coletiva dançando o mais que pudemos. Voltamos para casa no fim da madrugada fria, de bicicleta porque aqui ninguém, ou quase ninguém, dirige depois de beber. Eu estava a-ca-ba-da, mas a alma, lavada.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Deu Rio
É impossível não deixar de me emocionar com as imagens sobre a escolha do Rio de Janeiro para sediar as os Jogos Olímpicos de 2016. Lula chorando, bandeiras brasileiras na praça central de Copenhague e festa em Copacabana. Mas ainda não estou convencida de que a vitória do Rio sobre Chicago, Tóquio e Madri foi uma boa.
Aliás nem me sinto autorizada a ter uma posição sobre o assunto porque enquanto Copenhague fervilhava com a passagem de figuras como Michele e Barack Obama, Oprah Winfrey e príncipes japoneses, sem falar do já mencionado Lula, eu me recolhia diante do meu computador, trabalhando quase sem pausa no relançamento da página da internet do IRCT. Na correria desses dias, li, vi e senti muito pouco da confusão causada pelo comitê olímpico.
Nos últimos dias, além do cansaço físico e mental causado pelas horas extra de trabalho, o que eu realmente senti foi a chegada do frio. Temperaturas abaixo de 15 graus durante o dia e abaixo de 10 à noite. Infelizmente, a efervescência trazida pela escolha da sede dos jogos de 2016 não foi suficiente retardar a chegada do inverno.
Aliás nem me sinto autorizada a ter uma posição sobre o assunto porque enquanto Copenhague fervilhava com a passagem de figuras como Michele e Barack Obama, Oprah Winfrey e príncipes japoneses, sem falar do já mencionado Lula, eu me recolhia diante do meu computador, trabalhando quase sem pausa no relançamento da página da internet do IRCT. Na correria desses dias, li, vi e senti muito pouco da confusão causada pelo comitê olímpico.
Nos últimos dias, além do cansaço físico e mental causado pelas horas extra de trabalho, o que eu realmente senti foi a chegada do frio. Temperaturas abaixo de 15 graus durante o dia e abaixo de 10 à noite. Infelizmente, a efervescência trazida pela escolha da sede dos jogos de 2016 não foi suficiente retardar a chegada do inverno.
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