terça-feira, 2 de setembro de 2008

Inchaço

Hoje passei pela décima sétima sessão de radioterapia e já não vejo a hora de chegar à vigésima quarta e última sessão, na semana que vem. Segundo as enfermeiras que me atendem, o tratamento está correndo muito bem mas não sei se tenho a mesma opinião.

A pele na área que submetida ao tratamento está muito irritada e sinto como se tivesse sido exposta ao sol por horas. Quase não aguento usar sutiã e a melhor parte do dia é quando chego em casa e visto uma camiseta bem folgada, sem nada por baixo. É um alívio. Hoje comecei a usar uma mini-blusa de algodão sob o sutiã para aliviar a pressão do soutiã sobre a pele.

A pele em volta da cicatriz da mastectomia está com uma cor escura, parecendo, e aí as mulheres vão me entender bem, da cor de manchas no rosto de quem passou por uma gravidez.

Mas o que me preocupa mais agora não é a pele e sim meu braço esquerdo. No final de semana depois das cinco primeiras aplicações, meu antebraço começou a inchar. Dias depois o inchaço atingiu o cotovelo e agora está chegando à mão.

As enfermeiras dizem que deve ser um efeito colateral passageiro causado pela radioterapia e que deve desaparecer depois do tratamento, embora haja o risco que o inchaço continue e até piore. Se isso acontecer, é provavel que eu esteja sofrendo de uma doença linfática crônica sem gravidade, a linfedema, que muito frequentemente atinge mulheres que tiveram gânglios linfáticos removidos por causa de um câncer de mama ou que passaram por radioterapia. É uma doença sem gravidade e tratável mas, infelizmente, sem cura.

A possibilidade de estar sofrendo desta doença conseguiu me abalar por uns dias. Senti raiva das pauladas que tenho levado da vida e bateu novamente a “síndrome da boa menina traída pela sorte”.

Nenhum comentário: