segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Vitamina D e rua

O problema do outono na Dinamarca é que ele é curto demais. Logo depois que você começa a achar que a cor das árvores é linda, elas perdem todas as folhas, a temperatura cai para 5 graus centígrados, o horário de verão acaba e as tardes escurecendo às quatro da tarde começam. Em suma, o inverno chega em menos de um mês e fica até o final de março.

Conheço gente aqui que acha lindo sentir frio, adora o vento gélido no rosto, se encharcar na chuva congelante ou escorregar nas ruas cobertas de gelo, mas ainda não encontrei um único dinamarquês ou estrangeiro que goste dos dias com o sol saindo às 7:30 e caindo fora às 16:00. Isso quando o astro rei dá o ar da graça. Muitas vezes, como aconteceu hoje, o sol fica lá escondido em algum lugar atrás de uma cobertura densa de nuvens. A massa de nuvens cinzas ficam bem baixas, como se fossem um teto no qual precisamos apenas estender o braço para tocar com a mão.

Em dias como hoje, dá vontade de chorar. Mas, claro, não se chora porque o tempo lá fora está horrível e você sabe que vai continuar assim por quatro meses. Não, deve-se resistir bravamente mesmo que o lugar mais interessante do mundo pareça ser a sua cama. Quando a vontade de chorar se juntar a um sono desanimador e uma preguiça avassaladora, está na hora de reagir e ir em busca de paliativos, remédios e preventivos contra o desânimo e aquela tristezinha.

Entre imigrantes e brasileiros de pele morena ou mais escura, vitamina D é bem popular. A receita é vitamina D e rua, sair para fora de casa para pegar ar fresco e toda a luz que sua pele conseguir absorver. Há quem apele para luz solar artificial, seja com lâmpadas especiais que podem ser usadas em casa seja indo para o que eles chamam aqui de “solarium” onde você se deita com roupa de banho numa cama e seu corpo recebe uma banho de luz. Ainda não apelei para o banho de luz mas amanhã vou atrás de vitamina D.

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