domingo, 27 de dezembro de 2009

Cidade dos ciclistas

No blog da Ilana descobri um vídeo legalzinho sobre Copenhague como a cidade dos ciclistas. Uma bela canção da inglesa Kate Melua explica porque talvez Pequim seja mais merecedora do título do que Copenhague. Lá existiriam 9 milhões de ciclistas. Ainda assim não dá para negar que Copenhague talvez mereça o título europeu. A cidade é fantástica para quem adora usar uma ”magrela” como meio de transporte e, de lambuja, para manter a forma, proteger o meio ambiente e economizar dinheiro.

Com minha bicicleta vou para o trabalho, levo minha filha para o jardim de infância, faço compras, visito amigos e passeio. Pedalo com menos frequência no inverno, mas o frio, a não ser que a temperatura fique bem abaixo de zero grau, não costuma ser um empecilho. Um bom casaco, cachecol, toca, luvas e botas e o problema está resolvido.

O vento e o gelo são os grandes inimigos das minhas pedaladas. Dias de vento são quase uma rotina na Dinamarca e quando a velocidade do vento fica acima dos 15 metros por segundo, raramente me animo a pedalar os sete quilômetros que separam minha casa do trabalho. A neve que deixa as pistas como pistas de patinação é outro problema. Já caí algumas vezes a caminho do trabalho quando desafiei o bom senso e pedalei num dia em que tudo estava coberto pelo gelo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Cara Margareth,

Ótimo o seu post sobre "A cidade dos ciclistas". Estive aí em junho do ano passado e pude comprovar este hábito maravilhoso de todos na Dinamarca.

Na realidade estou lhe escrevendo pois eu e minha esposa somos médicos e cogitamos ir para aí. Mas fui ler o site do "The Copenhagen Post" e me deparei com a notícia de demissões nos hospitais de Copenhagen. Estas demissões seriam por causa do déficit orçamentário para a área de saúde.

Gostaria de saber se isto realmente procede, pois neste caso iremos reavaliar nosso plano.

Desde já muito obrigado.

Carlos e Maria Capistrano

Margareth Marmori disse...

Oi Carlos e Maria,
Obrigada pelo comentário e desculpe-me pela demora em responder. É que só hoje estou voltando de férias no Brasil, onde não tive chance de atualizar o blog.

Quanto às demissões na área hospitalar, infelizmente a informação do “The Copenhagen Post” parece estar correta.

Uma outra matéria do jornal 24.dk (http://www.24.dk/article.jsp?articleId=7865 ) dá conta que, somente em hospitais públicos de Copenhague, 800 funcionários da área de saúde, incluindo enfermeiros, médicos, assistentes, parteiras e terapeutas, perderão o emprego nos próximos meses. As demissões são resultado de um déficit orçamentário que, muitos acusam, foi causado por má administração do governo federal. Outros dizem que a culpa é das regiões (que corresponderiam aos estados brasileiros, mas com menos autonomia e sem direito a cobrar nem criar impostos), que gastaram demais.
Segundo o “Politiken”, as demissões e cortes de despesas estão punindo alguns dos hospitais mais eficientes do país porque eles aceitaram o desafio do governo de atender um número maior de pacientes. Em troca, os hospitais poderiam receber recursos adicionais do chamado “Løkkeposen” (sacola do Løkke, atual primeiro ministro dinamarquês que, anteriormente, no cargo de ministro de Saúde criou o atual sistema de administração hospitalar). O problema é que, com a atual crise financeira, a tal sacola do Løkke ficou vazia e os hospitais, na mão (ver http://politiken.dk/indland/article879383.ece).

A boa notícia é que a grande maioria dos demitidos deverão reaver seus empregos em alguns meses já que a falta de profissionais na área médica é pública e notória e, acredito, o governo vai ser obrigado a injetar recursos nos hospitais para contratação de pessoal. Outra boa notícia, neste caso só para vocês médicos, é que provavelmente pouquíssimos dos seus colegas estarão entre os demitidos. A grande maioria dos demitidos deverá ser de enfermeiros, assistentes de saúde, parteiras, secretários e outros profissionais cuja demissão custar menos. No hospital Herlev, por exemplo, dos 136 profissionais demitidos em janeiro, apenas dois eram médicos.

Pessoalmente, lamentei muito as demissões no hospital Herlev, que tem ótima reputação, inclusive pelo tratamento do câncer, e onde minha filha nasceu e recebi atendimento impecável.

Abraços,

Margareth