terça-feira, 20 de maio de 2008

O bichinho pegou

Me senti relativamente bem depois da terceira sessão de quimioterapia e antes de ontem, domingo, cheguei a participar de um mutirão de pais na creche da Gabriela. Demos uma geral na creche: alguns pintaram, outros capinaram, outros costuraram. Depois almoçamos todos juntos um feijão à mexicana preparado por um dois pais.

Mas ontem o bichinho pegou. Ao cansaço que tem me acompanhado em maior ou menor grau desde o começo da quimioterapia, se juntou dor de cabeça, calafrios e dores por todo o corpo, principalmente na nuca, ombros e costas. Parecia que estava no começo de uma super gripe, daquelas que derrubam elefante e em que a gente pede para o mundo se acabar numa cama.

O pior não era o mal estar físico, mas uma tristeza que me atacou profunda e subitamente. Depois de uma boa choradeira, me senti melhor, mas o mal estar continuou, embora hoje as dores musculares tenham ficado mais fracas.

O motivo de tanto mal estar foi um medicamento que tomei um dia depois da quimioterapia com o objetivo de estimular meu organismo a produzir mais neutrófilos e assim me proteger de infecções. Na lista de efeitos colaterais provocados pelo tal medicamento estão dores musculares e dor de cabeça.

Se tudo correr como planejado, e vai, passarei por seis sessões de quimioterapia. Estava previsto que eu receberia esse medicamento para produção dos neutrófilos somente depois de cada uma das últimas três sessões de quimioterapia. Como meus neutrófilos resolveram sumir já depois da segunda sessão, os médicos decidiram que eu já deveria começar a receber o tal medicamento uma sessão antes do previsto.

Agora já não dá para dizer que não sei o que me aguarda nas últimas três sessões de quimioterapia.

5 comentários:

Márcia Marmori disse...

Oi minha irmã,
o que te aguarda nas próximas sessões de quimio eu não sei não. Mas, o que te aguarda depois da última é um longo suspiro de alívio e o seguinte pensamento: ufa! Acabou! E estou ótima!!!!!
Como a velhíssima frase diz: depois da tempestade vem a calmaria. Um sol maravilhoso vai iluminar tudo e deixar tudo no seu devido lugar novamente.
Beijos mil

deoblog disse...

Oi, Marga, esse período ruim de agora é somente um prenúncio de uma fase nove, cheia de sol e alegrias. Vocês verão. Beijos da Deo.

Anônimo disse...

Oi,
Mas se Deus quiseeer, tudo, tudo, tudo vai dar certuuu♪
♪ ♪ tudo, tudo ,tudo vai dar certuuu
♪ ♪ tudo, tudo, tudo vai dar certuuu
No, no woman no cry, no woman no craaaai♪
No, no woman no cry♪
Uebaaaaaaaaa! ♪
Dan, dan, dan, dan, dan...
No, no woman no cry…♪
♥ ♥ ♥ ♥♥

luciana disse...

Oi querida,
Minha amiga fez na quarta feira sua primeira sessão de quimio, voltou arrasada. Está vomitando e teve muita dor na nuca, o que a deixou preocupadíssima. Ela tem uma filha de 4 anos e a depressão está pegando ela.Vc que já está vivenciando isso pode me aconselhar em como ajuda-la? Percebi o quanto vc é lutadora e sei que se bem orientada ela também irá virar esse jogo. Por favor me escreva: luciana_giannotti@yahoo.com.br
Muita força, fé e paz no seu coração.
um beijo.

Margareth Marmori disse...

Oi Luciana,

Pensei muito sobre como deveria responder ao seu e-mail e talvez por isso tenha demorado um pouco para te escrever.

Não sou muito boa para dar conselhos porque acho que, como diz o Caetano, “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”, mas posso te falar da minha experiência para tentar ajudar você a ajudar sua amiga.

Quando se recebe um tratamento violento como o quimioterápico, não sobra muita disposição física para quase nada e por isso fiquei muita grata quando amigos e parentes se encarregaram de algumas tarefas, o que me permitiu dedicar a energia que me sobrou à minha filha e à minha recuperação. Minha irmã e minha mãe, enquanto estavam aqui, nos ajudaram com a arrumação da casa e com minha filha. Meu irmão veio do Brasil e nos ajudou a dar uma geral no jardim. Uma amiga me trouxe feijão cozido. Numa outra fase do tratamento, uma tia do meu marido, sempre que pôde, levou nossa filha para o jardim-de-infância. Uma mãozinha aqui e uma “mãozona” acolá tornam a vida para quem está passando pela quimioterapia mais suportável.

Sua amiga deve estar muito preocupada sobre como a filha dela vai reagir a tudo que está acontecendo com a mãe dela. Durante o tratamento, me entristecia muito quando eu não tinha energia física para cuidar da minha filha, mas foi um alívio saber que ela estava rodeada de outras pessoas que a amavam e que fariam com que ela sentisse menos minhas ausências frequentes.

Mas a melhor ajuda que recebi dos meus amigos foi atenção e carinho. Antes de saber que estava doente, eu nunca poderia imaginar como os telefonemas, e-mails e visitas dos meus amigos seriam importantes para me manter motivada a continuar com o tratamento. Se sentir querida é fortalecedor e pelo que entendi do seu e-mail, você já está dando atenção e carinho a sua amiga.

Vou lhe repetir um conselho que ouvi de uma enfermeira e que talvez você possa repassar para sua amiga: “É muito importante, essencial até, acreditar que todo esse sofrimento vai passar e que você vai vencer essa doença”. Diga a sua amiga que, apesar de ser difícil manter a fé, ela não deve se permitir duvidar disso.

Abraços e boa sorte a você e sua amiga.

Margareth