domingo, 18 de janeiro de 2009

Aterrissando

Não tem sido fácil voltar à rotina na Dinamarca, o que aliás tem me surpreendido já que deixar o Brasil não foi tão doloroso desta vez. Parti sem lágrimas, talvez porque sabendo que logo receberia a visita de uma de minhas irmãs e de que planejamos retornar em breve.

Mas dias depois da chegada as coisas ficaram um pouco confusas. Ainda não consegui me reorganizar para conseguir encaixar tudo o que quero fazer e tenho me sentido um pouco frustrada.

O clima não ajuda em nada. Acho que janeiro é o mês mais chato do ano por aqui. Os dias são desanimadores: curtos, escuros e, claro, muito frios.

O blog anda meio abandonado, ainda não consegui voltar a correr como estava fazendo antes de viajar para o Brasil, onde relaxei com a ginástica e alimentação. Continuo dormindo mal por causa das insuportáveis ondas de calor que invadem meu corpo várias vezes todas as noites.

A pequena boa notícia é que aparentemente a fisioterapia para tratar o linfedema surgido no braço esquerdo durante a radioterapia está começando a surtir efeito. Meu braço está menos inchado e raramente sinto algum desconforto por conta do problema. Em fevereiro deverei me submeter a sessões de fisioterapia mais frequentes e começar e começar a usar enfaixamento.

O aparecimento do linfedema me chateou um bocado, mas não me sinto estigmatizada por causa do problema. Mais me irrita do que entristece saber que terei que lidar com isso o resto da vida, mas também não é o fim do mundo. Vejo isso mais como um aborrecimento do que como uma deficiência e me nego a deixar de ter uma vida normal por causa disso.

A propósito, o que é mesmo uma vida normal?

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