sábado, 4 de abril de 2009

A quentinha e a crise

Sinais da crise na Dinamarca: está deixando de ser feio sair de um restaurante com uma quentinha contendo o resto da refeição que não foi comida.

Anos atrás, quando comentei numa roda de dinamarqueses que no Brasil era comum pedir ao garçom que embalasse o resto da comida numa quentinha, provoquei risadas sarcásticas. Acharam um absurdo, meio ridículo. Pelo olhares senti que achavam que isso era coisa de país de terceiro mundo.

Agora a DR, maior grupo dinamarquês na área de comunicação, com dois canais de televisão e várias estacões de rádio, está promovendo uma campanha para convencer os dinamarqueses de que levar quentinha para casa não é nenhuma vergonha e, dependendo do caso, pode até ser bom para o meio ambiente.

A DR fez uma pesquisa e descobriu o que eu já sabia: que os dinamarqueses ainda acham constrangedor pedir ao restaurante para levar o resto da com ida para casa. Os donos dos restaurantes, ao contrário, se mostram dispostos a empacotar o resto da comida, se os clientes pedirem, o que raramente acontece.

Mas agora, com a crise econômica e aquecimento global talvez a quentinha entre na moda. Ainda mais porque os dinamarqueses adoram copiar o que acontece nos Estados Unidos, onde o hábito da quentinha, que lá se chama doggy bag já se pratica há muito tempo.

Nenhum comentário: