segunda-feira, 4 de maio de 2009

Festa

Fizemos uma festa aqui em casa no sábado passado. Na falta de um motivo, dissemos que a festa era para comemorar a primavera que, afinal, chegou à Dinamarca. A propósito, abril foi o mês mais quente e com mais horas de céu ensolarado deste país desde que começaram a registrar o clima, mais de dois séculos atrás. A temperatura média atingiu 9,4 C e foram 272 horas de céu claro. Para se ter uma ideia, no período 1961-1990, a temperatura média em abril foi de apenas 5,7 °C e as horas de céu claro não passaram de 162 horas.

Em suma, o Henrik, eu e nossos convidados, entre brasileiros, dinamarqueses e colegas de vários países do meu trabalho, tínhamos bons motivos para comemorar, mesmo porque aqui na Dinamarca é bom celebrar o bom tempo antes que ele acabe. Há quem faca piadas dizendo que, em alguns anos, temos sorte porque o verão cai num fim de semana.

Minha filha passou a noite na casa de uma tia do Henrik, o que nos deu liberdade para cantar berrando alguns dos sambões que colocamos para tocar. ”Aquarela Brasileira”, de Sila de Oliveira, na voz de Martinho da Vila, por exemplo, ou pular como loucos ao som das Frenéticas cantando “Dancing Days”.

Dancei como há muito tempo não dançava mas lá pelas tantas senti um cansaço anormal nas pernas, o que me fez lembrar que os efeitos da quimioterapia, ou da menopausa antecipada pelo tratamento, ainda incomodam.

Uma amiga que me ligou no dia seguinte e disse que se impressionou com meu pique. ”Era como se fosse a sua última chance de dançar na vida”. Achei graça. Talvez eu devesse fazer isso mais vezes: dançar como se fosse a última vez.

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