terça-feira, 24 de novembro de 2009

Gripe

A H1N1 anda fazendo estragos por aqui. As autoridades sanitárias preveem que um terço dos 1,6 milhão de habitantes de Copenhague será atingido pela gripe, que já fez seis vítimas fatais. Ainda é, felizmente, pouco, mas a epidemia aqui ainda está a caminho do auge de contaminação e mais mortes vão provavelmente acontecer em breve.

Há cartazes por todo lado com instruções sobre como prevenir a doença e o produto mais popular de farmácias, perfumarias e supermercados é gel antisséptico para as mãos.
Mas não é nada fácil evitar a contaminação num país que vive com as portas e janelas fechadas nos quase seis meses de inverno e onde as pessoas não têm o hábito de lavar as mãos antes das refeições. Hoje quase já me acostumei, mas nos meus primeiros anos de Dinamarca me surpreendi com os hábitos de muitos dinamarqueses. Coisas que para nós brasileiros parecem exemplos de pouca higiene ou péssimas maneiras à mesa, são normais por aqui. Um exemplo é comer verduras sem lavá-las antes. Ou cortar um pepino em rodelas um fatiar um pão diretamente sobre uma mesa da cantina do trabalho, ao invés de usar um prato ou tábua de cortar.

Por isso, em tempos de gripes porcas, passei a carregar na minha bolsa um tubinho de gel antisséptico. Às vezes me acho um pouco histérica com tanta precaução, inclusive porque até ser tarde demais: a gripe suína talvez já tenha passado aqui em casa. Na semana passada minha filha esteve bem gripada e pode até ter sido que ela tenha sido a primeira vítima da H1N1 aqui em casa.

2 comentários:

Ilaine disse...

Meu filho aprendeu a lavar as mãos no Bornehave aqui em osterbro e pratica este uso como se fosse uma doutrina. Não lavar as mãos, não lavar as verduras - Ah, isto me lembra de outra coisa... Já cansei de ser perguntada no Brasil, se era verdade que os alemães não tomam banho. Ai, que dor!

Margareth Marmori disse...

No jardim de infância da minha filha os pedagogos também são muito bons para orientar as crianças a ter bons hábitos de higiene. Mas décadas atrás banho era mesmo quase um luxo por aqui. Nos bairros mais pobres de Copenhague, era comum que muitos apartamentos não tivessem banheiros e seus moradores tinham de usar os chamados banhos públicos para se manter asseados, como o Sjællandsgade Bad, aberto en 1917 e funcionando até hoje. Olha só este ensaio fotográfico do lugar: http://foto.jp.dk/fotosite_albumview.php?serie=200