terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Brrrrrrr

Hoje vi uma poça d'água líquida na porta de casa ontem de manhã. Grande coisa, o caro leitor deve estar pensando. Mas é grande coisa sim senhor. Desde que voltei de um mês de férias no Brasil, no sábado, foi a primeira vez que vi uma poça de lama em estado líquido. Até então, neste que foi o janeiro mais frio dos últimos 23 anos na Dinamarca, água ao ar livre, só congelada. Foi uma visão alvissareira de início de fevereiro que, no entanto, durou pouco.

De 1 grau centígrado de manhã, a temperatura caiu para menos dois à tarde, e teria despencado para cerca de 12 graus negativos hoje à noite, segundo o serviço meteorológico daqui. Tentei checar se a baixíssima temperatura se confirmou, mas site do instituto de meteorologia da Dinamarca estava fora do ar, provavelmente como consequência do aumento da procura por informações sobre a tempestade de neve que está começando agora.

(Agora! “Calma, calma, não entre em pânico”, digo a mim mesma.)

Daqui a pouco vou buscar minha filha no jardim de infância e acabei de saber que o pior da tempestade vai ser entre as 15 e as 19 horas. Legal né? Eu havia planejado sair de casa exatamente às 15 horas. Acho que vou ter de rever meus planos.

Ontem, concluí que hoje não daria para usar o automóvel para buscar minha filha. O pai a levou de manhã, quando o vento ainda não era forte, mas hoje à tarde vou ter de enfrentar a tempestade a pé puxando um trenó de plástico no qual vou puxar a Gabi no caminho de volta para casa. Ela, claro, vai adorar, se o vento não estiver forte demais e fazer com que a neve doa quando bater na pele do rosto, a única parte descoberta do corpo.

Ontem foi quase impossível encontrar um lugar seguro para estacionar já que a rua do jardim de infância está quase bloqueada pela neve. À tarde, quando tentei estacionar, o carro patinou na neve e tive de manobrar de ré para não ficar atolada. Dei uma volta pelo quarteirão para tentar achar uma vaga e voltei ao mesmo lugar da patinação automobilística, onde a rua ficou bloqueda por 15 minutos por neve e um carro estacionado meio na transversal pela mãe de um coleguinha da minha filha.

Bonito né? Realmente é muito bonito. Tudo branquinho, coberto de neve. Mas dá um trabalho. E me faz lembrar com saudade das férias na Bahia e cantarolar “I don't want to stay here, I wanna to (sic) go back to Bahia” (confira o Paulo Diniz no link enviado por uma amiga.

2 comentários:

Maria Lucia Zulzke disse...

Adorei o relato de uma mãe baiana na Dinamarca! Margareth, no Brasil, em S.Paulo, chove torrencialmente, há mais de 2 meses, alagamentos e desmoronamentos em vários estados. O calor chega a temperaturas altas antes só registradas em Manaus e Belém. Quem faz nosso mundo são as pessoas que amamos, pertinho da gente! Aquecidas dentro de casa, aí é hora de dormir! Abraço de M.Lucia

Margareth Marmori disse...

Oi M. Lucia,
Que bom que você gostou do relato. Tenho lido sobre os transtornos e tragédias causados pelas chuvas no Sul e Sudeste brasileiros. É mesmo uma lástima.

Um detalhes: adoro a Bahia e os baianos, mas não sou baiana. Nasci em Brasília, filha de mãe maranhense e pai goiano. Abração, Margareth