quinta-feira, 17 de abril de 2008

Imunidade

Até dezembro do ano passado, era como se minha família estivesse protegida por uma aura que a protegia das doenças e mazelas da vida. Embora eu soubesse que meu pai estivesse com sérios problemas pulmonares e já tivesse comentado com Henrik, meu marido, que mais cedo ou mais tarde ele poderia nos dar uma supresa desagradável, no fundo no fundo eu ainda achava que nada de verdadeiramente ruim nos atingiria.

Aí, na manhã de uma sexta-feira, 21 de dezembro, receber a notícia de que meu pai havia sido internado depois de duas paradas respiratórias e uma parade cardíaca não foi só um choque. Foi também a implosão de uma crença que me acompanhava desde criança: a de que minha família era inatingível, infalível.

Semanas depois da morte do meu pai, quando soube que minha sobrinha passava por uma outra crise da síndrome nefrótica que a acompanha há anos, me apavorei. A crise foi controlada, mas o pânico não sumiu. Acho que foi mesmo um pressentimento de que algo muito errado estava por acontecer.

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