sábado, 19 de abril de 2008

Cabelo

Não sei se ”o mais difícil até agora” escrito na última remessa é mesmo pra valer. Essa história de perder cabelo não está sendo nem um pouco engraçada. Começou na segunda, dia 14. O couro cabeludo coçava bastante, puxei o cabelo do alto da cabeça e saíram mais fios do que o normal. Fui ao banheiro logo de manhã cedo e notei que havia uns fios na calcinha. Até achei engraçado: parecia depilação sem cera e sem dor. Era só puxar que a marca do biquini ia se formando. Pena que de lá para cá quase não caíram mais cabelos do púbis.

No dia seguinte comecei a parar de achar graça quando os fios da cabeça, principalmente da parte de trás, passaram a cair em maior quantidade.

Na quinta fui à fisioterapia, que faço com outras mulheres que também sofreram masectomia, e fiquei vendo “eu amanhã” numa delas. Ela começou o tratamento quimioterápico uma semana antes de mim e decidiu raspar a cabeça depois de aparecerem clarões no couro cabeludo.

Ontem e hoje, sábado, a queda aumentou consideravelmente. Antes eu puxava e vinham 10 a 20 fios. Agora vêm 30, 40. Tem cabelo meu para todo lugar. Claro que o mais sensato seria raspar tudo, mas ainda não criei coragem. Me agarro até o ultimo fio de cabelo. Ou melhor, até o primeiro clarão. O que deve acontecer amanhã ou depois.

Até essa semana não imaginava o quanto o meu cabelo era importante para mim. Ontem fiquei bastante triste e chorei um pouco por causa da futura carequice e de tudo que ela representa. Hoje amanheci mais animadinha. Acho que me fez bem chorar um pouco. Fazia dias que eu bancava a durona.

Um comentário:

Márcia Marmori disse...

Eu lembro dessas flores.... Coloque no blog suas pinturas, inclusive a do Mico-Leão!!! Rss....
Beijos Mil